Sustentabilidade. CEOs ativistas precisam-se

 

Apelar ao crescimento sustentável, enfrentar as mudanças climáticas e reforçar a interação entre a sociedade e as empresas, é nos dias de hoje, um dos desafios dos CEOs à escala global.

A sustentabilidade, os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e o European Green Deal, a par das novas diretivas e normas (Critérios ESG, Taxonomia e os Relatórios de Sustentabilidade Corporativa) visando a transparência da sustentabilidade no mundo empresarial, são em si mesmo um desafio a todas as empresas, enquanto elemento inovador e de transformação do negócio.

O desafio passa pela capacidade dos CEOs, em criar o engagement nas  empresas, nos diferentes sectores de atividade e nas comunidades onde operam,  que conduzam à construção de entendimentos, que promovam simultaneamente a empregabilidade e a coesão social.

Em setembro de 2015, os ODS foram lançados como parte da Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável, com forte apoio dos 193 Estados membros.

Desde então, governos, associações empresarias e organizações não governamentais, têm-se multiplicado na organização de inúmeras iniciativas de sensibilização para a necessidade de cumprirmos com as metas definidas.

No entanto e apesar do vasto esforço desenvolvido pelas empresas, o Sustainable Development Report 2021, dá conta de um retrocesso nos 27 países da União Europeia, o primeiro desde 2005, devido à crise pandémica.

A Europa enfrenta os maiores desafios na agricultura, clima e biodiversidade, e no fortalecimento da convergência dos padrões de vida nos seus países, com necessidade de acelerar o progresso em muitos objetivos.

As empresas necessitam urgentemente de alinhar a sua estratégia com os ODS, envolvendo os seus colaboradores para enfrentarem os novos desafios, e aproveitarem as novas oportunidade para alavancar as suas estratégias de crescimento.

Segundo a Business and Sustainable Development Commission as oportunidades de negócios na entrega dos ODS podem gerar até US$ 12 triliões em valor de negócios.

Estabelecer parcerias em torno dos objetivos comuns com as partes interessadas, é também um novo desafio, porventura o menos fácil, mas o sucesso da implementação dos ODS passa necessariamente pela capacidade de partilha e colaboração entre governos, empresas, academia e cidadãos.

Não é por acaso que o ODS 17, é sobre o fortalecimento e revitalização das parcerias globais para o desenvolvimento sustentável.

Até 2024 é desejável que os sectores da indústria europeus possuam uma visão de sustentabilidade do sector, um plano de ação,  e objetivos a atingir capazes de serem medidos e comunicados.

Na era dos CEOs ativistas, uma tendência em crescendo nos últimos tempos, espera-se que o silêncio de ouro e o posicionamento tradicional de longas décadas, se converta no compromisso ativo com a sustentabilidade.

Na era dos CEOs ativistas, é importante influenciar para o que é urgente e absolutamente necessário, ter um propósito maior, além de maximizar o valor para o acionista, é um conceito que vem ganhando força no mundo dos negócios.

“Hoje os CEOs precisam defender não apenas seus acionistas, mas também seus colaboradores, clientes, parceiros, a comunidade, o meio ambiente.” – Benioff à Time.

CEOs ativistas precisam-se !

Por Luis Roberto, Managing Partner da Comunicatorium  e Professor convidado do ISCSP-ULisboa

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