Várias vezes me têm perguntado sobre o lugar que a comunicação interna deve ocupar numa estrutura organizativa. HR ? Comunicação ? Shared Services ?
Ao longo dos tempos as opiniões dividem-se, e as consecutivas reorganizações das empresas têm contribuido para experimentar novos modelos de comunicar, nem sempre com os resultados esperados.
Antes de se pensar no lugar que deverá ocupar na organização, e na definição das suas dotted lines, é importante que se reflita sobre qual o papel da comunicação interna.
A comunicação interna é a responsável por gerir todo o fluxo de informações dentro da empresa de forma a assegurar o cumprimento dos objetivos definidos pelas organizações e, em simultâneo, contribuir para motivar os colaboradores, fomentar o sentimento de pertença e a cultura organizativa.
Existe uma preocupação constante, em incentivar o envolvimento dos colaboradores, e em estimular a sua participção nas diversas ações internas, mas também externas.
A perspetiva de tornar todos e cada um dos colaboradores “embaixadores” da empresa, como há muito se fala, faz com que os recursos afectos à comunicação interna, tenham vindo a crescer, como uma aposta no capital humano enquanto fator de diferenciação.
A estratégia da comunicação interna passa nos dias de hoje, pela procura constante de novos canais de comunicação, recorrendo às novas tecnologias e plataformas digitais, que permitam promover a integração dentro da organização mediante o diálogo, a troca de informações, experiências e a consequente participação de todos os colaboradores.
A estratégia da comunicação interna passa também pela parceria estratégica com as diferentes unidades de negócio da empresa, na perspetiva da dimensão “Equipa”.
A promoção do bem-estar dos colaboradores traduz-se, inequivocamente, num fator diferenciador e competitivo das organizações com repercussões inequívocas nos resultados das empresas, mas também na construção da sua reputação junto dos stakeholders externos.
A comunicação interna deve estar rigoramente alinhada com o propósito , os códigos de ética e de conduta definidos pela empresa, respeitando as diferentes culturas, a dignidade e os direitos das pessoas.
A comunicação interna deve ser fiel ao principio da escuta constante e do feedback regular como forma de melhorar as ações e a interação com todos os colaboradores da empresa, pelo que é fundamental a existência de ferramentas de auscultação interna que permitam perceber com bastante clareza, as perceções que os colaboradores têm sobre a organização e as suas expetativas sobre a comunicação interna.
Manter o fluxo comunicacional bidirecional, entre os diferentes layers da organização, significa partilhar com transparência os objetivos e resultados para que, todos se sintam parte da “equipa”, e entendam qual a sua responsabilidade no sucesso da mesma.
A atual situação dos mercados exige um maior foco na forma como se mantêm os colaboradores informados e integrados. Perante as dificuldades e incertezas que a pandemia nos trouxe, a comunicação interna continua a ter um papel vital no Reconhecimento, Motivação e Engagement das pessoas.
A Comunicação Interna é indissociável do ADN das empresas.
A sociedade atual caracteriza-se pela sua crescente complexidade e a revolução tecnológica, trouxe evidentes mudanças sociais que originam, por sua vez, novos contextos comunicacionais, o que nos leva ao imperativo de que a comunicação interna seja realizada em tempo real.
Onde fica a Comunicação interna ?
Fica onde seja possível atingir os melhores resultados, competindo aos seus responsáveis assegurar que a comunicação interna é gerida de forma integrada.
Por Luis Roberto, Managing Partner da Comunicatorium e Professor convidado do ISCSP-ULisboa
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