O upskilling é uma oportunidade para as empresas, para as lideranças e suas equipas.
À medida que a crise pandémica acelerou a digitalização do trabalho e dos serviços, estão as empresas e os seus colaboradores prontos para o upskilling ? Estarão preparados para a transformação de novos skills ? Estarão as pessoas engaged e dispostos a aceitar novas ocupações?
Quando os novos skills surgem mais rápido do que nunca, e o talento é escasso, as organizações precisam de estratégias de desenvolvimento para atrair, mas sobretudo para desenvolver e reter os melhores.
De acordo com o Fórum Económico Mundial, até 2025, o tempo gasto em tarefas desenvolvidas por humanos e máquinas será igual, enquanto 97 milhões de novos jobs podem surgir como uma nova divisão de trabalho, entre humanos, máquinas e algoritmos.
O novo Programa Europa Digital, com um orçamento de 600 milhões de euros, dedicado a competências digitais avançadas, irá fazer expandir a pool de talentos digitais com quase 300 mil pessoas, capazes de implantar a mais recente tecnologia nos negócios em toda a Europa.
A janela de oportunidade para qualificar as equipas tornou-se claramente mais curta no novo mercado de trabalho, mais restrito e também incerto.
De acordo com um inquérito do Banco Europeu de Investimento uma em cada cinco empresas em Portugal espera uma redução permanente no emprego, sendo o impacto ainda maior na área dos serviços.
O primeiro desafio do upskilling, passa por as empresas se convencerem de que vale a pena investir na formação dos seus colaboradores para as novas competências.
No entanto, uma boa percentagem das mesmas, enfrenta dificuldades relacionadas com a resistência dos colaboradores face á mudança. É importante promover a criatividade, a inovação e motivar os colaboradores, para a qualificação e o investimento em capital humano, enquanto única oportunidade para se desenvolverem e acompanharem o comboio com destino ao novo futuro.
Os gestores de Pessoas têm igualmente um papel importante no apoio a essa transformação, e na consequente reestruturação das empresas, ocupando assim uma posição mais estratégica.
Algumas empresas já começaram a acelerar o processo de upskilling em resultado da pandemia, pois ao fazê-lo estão a reposicionar-se no mercado, afastando-se dos mais diretos competidores e beneficiando os seus colaboradores e clientes, à medida que a forma como trabalhamos, consumimos e socializamos, mudou quase da noite para o dia.
Em certos países europeus, como Espanha, França e Itália, onde alguns grandes grupos já puseram em marcha os processos de qualificação, estão preocupados sobre como apoiar a empregabilidade dos colaboradores mais vulneráveis, neste novo ambiente de adversidade e tão mutável.
Ajudar as pessoas a encontrar os caminhos, são uma etapa necessária, se queremos que o upskilling seja um sucesso. Saber identificar as várias opções de trabalho comparáveis ou diferentes, internamente ou externamente, são um bom exercício para identificação dos gaps e dos skills necessários ao bom desempenho. Dotar os colaboradores de novos conhecimentos para satisfazer as necessidades do negócio, é o objetivo.
Concluímos que o upskilling não é mais que um processo de mudança à escala global, com impacto nas pessoas e nas estruturas organizativas, pelo que é essencial desenvolver uma comunicação estratégicamente eficaz.
É importante informar, sensibilizar e motivar os colaboradores para os novos desafios, reduzindo os medos, e acima de tudo, assegurar que o upskilling é realizado de forma controlada.
Comunicar a forma como o implementamos, não invalida que se comunique o porquê. Comunicar a mudança, significa informar qual o propósito, quais os benefícios para empresa e para os colaboradores, qual o timing em que a mesma acontece, e quais as consequências de não fazer.
Algumas empresas, adotam uma comunicação reativa, julgando ser suficiente comunicar os resultados, ou para dizer apenas o que precisam fazer, numa abordagem comunicacional condenada ao insucesso.
Espera-se que todo o processo seja comunicado aos colaboradores de forma transparente, sobretudo os mecanismos a serem usados para mitigar eventuais impactos, reduzindo desta forma a resistência inicial.
Em média, as empresas estimam que cerca de 40% das suas equipas, vão necessitar de qualificação durante um período de seis meses. Esta é de facto uma oportunidade para que os colaboradores se preparem para desempenhar melhor as suas funções, enquanto se mantêm atualizados com as novas tendências e desenvolvimentos no setor, mas também (e desta forma) motivados para os desafios do novo futuro.
Por Luis Roberto, Managing Partner da Comunicatorium
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