“A comunicação virtual aproxima quem está distante, e distancia quem está próximo”.
É sobre esta dicotomia, que teremos de gerir o poder da comunicação no mundo híbrido.
Todos nos recordamos das conversas junto à máquina do café.
Era um local procurado para encontrarmos pessoas, resolver problemas com conversas rápidas, ou para alinhar acordos que tardavam a acontecer.
A máquina do café, era para muitos, o ponto de ligação com muitos, onde se construíam e alimentavam relações profissionais e até humanas. Onde se comunicava.
A comunicação, que sempre tem sido um fator determinante para as empresas que desejam ser mais inovadoras e colaborativas, acentuou-se nesta nova fase das nossas vidas.
Nesta nova realidade, é necessário estabelecer novos pontos de ligação e de colaboração, que ao longo dos últimos tempos têm vindo a ser ocupados por encontros virtuais frequentes, não deixando espaço à relação entre as pessoas.
Comunicar através de plataformas de mensagens, pode ser a forma mais simples de comunicar no imediato, e de criar uma nova espécie de interação, neste mundo híbrido.
Mas será que é suficiente ? Julgo que não!
Nos dias de hoje a preocupação com as pessoas, é grande, e passou a ser tema prioritário na agenda da gestão.
No mundo híbrido, o reforço da cultura organizativa, o foco nos valores sociais e ambientais, a diversidade e a inclusão, o equilíbrio entre a vida familiar e o trabalho, o bem-estar físico e mental, o sentimento de pertença, e a forma como se comunica internamente, são desafios que que devem ser vistos como uma oportunidade para realinhar as estratégias de comunicação.
A segmentação do público interno em grupos virtuais, é uma forma de comunicação eficiente, pois através dela, consegue-se garantir que as pessoas certas, recebem as informações certas.
Sou da opinião, que a comunicação interna está, mais diversity, e mais presente na hora de planear.
E como é importante o planeamento, nesta fase em que a comunicação deve estar aberta a novas ideias, e a ter a capacidade de se ajustar com rapidez.
Comunicar com frequência, é o primeiro passo para qualquer empresa que adota o híbrido, como modelo de trabalho, a começar pelo momento em que toma esta decisão, e a comunica.
Desenvolver o sentimento de pertença junto dos colaboradores, é uma ação da comunicação interna, que promove a relação das pessoas ligadas entre si e a empresa, e que deve ser implementada na adaptação dos processos internos, a esta nova realidade.
Os níveis de engagement, estão normalmente associados a este sentimento.
Começa-se a debater hoje, sobre o tipo de comunicação a ser feita no processo de integração de novos colaboradores, que não terão contato presencial com os outros colegas da equipa, ou até mesmo com as suas chefias.
Ou, como aproximá-los, quando simultaneamente estão a ser criadas as condições para que possam trabalhar a partir de casa.
Para manter as boas relações no mundo híbrido, é fundamental saber comunicar, mas mais importante ainda, é conhecer o poder da comunicação, e saber como usá-la nas mais diferentes circunstâncias.
É preciso não esquecer que uma comunicação interna eficaz, tem efeitos sobre a produtividade, sobre a motivação, sobre o conforto, sobre a relação entre as pessoas, e até sobre o seu comportamento. E que os efeitos que se produzem, tendem a não ser neutros.
Eles são positivos ou negativos, consoante a comunicação é eficaz, ou não.
No mundo híbrido, “A comunicação virtual aproxima quem está distante, e distancia quem está próximo”. Dicotomia, ou talvez não ?
Numa coisa estaremos de acordo. Neste mundo híbrido, promover o envolvimento das equipas, vai ser determinante para o sucesso das empresas, e para a motivação das pessoas.
Por Luis Roberto, Managing Partner da Comunicatorium e Professor convidado do ISCSP-ULisboa
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