A comunicação tem tido na última década um papel fundamental na mobilização dos diferentes grupos de stakeholders, em torno dos grandes desafios das empresas.
De um modo geral, temos assistido á preocupação constante em incentivar o envolvimento de todos, em criar relações individuais e ou coletivas.
Com a crise pandémica, pequenas, médias e grandes empresas foram forçadas a um reposicionamento no mercado, a adaptarem-se às novas exigências do consumidor e aos novos hábitos de consumo, e a adotarem novas formas de comunicação capazes de impactar on time os seus destinatários.
Por sua vez, a ligação das pessoas com a empresa e com a cultura organizativa, tornaram-se estímulos constantes a par da motivação, um dos grandes desafios dos gestores de comunicação, em tempo de pandemia.
No último European Communication Monitor, ao qual responderam 44 países europeus, incluindo Portugal, consideraram que a manutenção da confiança e o suporte às decisões da gestão, são as questões estratégicas mais importantes na gestão da comunicação.
Claro que o papel do gestor de comunicação, e a importância da sua role no sucesso das organizações, há muito que é discutida, com avanços e recuos em resultado das boas e más experiências em processos de tansformação, e das opiniões que por vezes se distanciam na hora da tomada de decisões.
O meu contributo para esta discussão, baseia-se na minha experiência e na observação atenta ao longo da minha carreira profissional em várias latitudes, sobre a importância da comunicação organizacional e de quem a gere – o (novo) gestor de comunicação.
O (novo) gestor de comunicação, terá uma participação direta na construção do sucesso do negócio e no reforço da reputação enquanto marca e entidade.
O (novo) gestor de comunicação será cada vez mais um estratega e participará no acto de gestão da empresa, na criação e no consenço de ideias entre os pares, exercendo uma gestão efetiva do trinómio negócio, pessoas e tecnologia.
O lobbying ou atividade de influência a ser tratada de forma saudável e transparente, e a capacidde de networking, farão certamente a diferença neste grupo de gestores.
Comunicar o propósito da empresa e o seu compromisso para com a comunidade enquanto negócio responsável, construindo ligações fortes com base na confiança, na transparência e na ética, serão fundamentais à consolidação do negócio e vão marcar a diferença das empresas no futuro.
As empresas vão continuar a operar em mercados cada vez mais turbulentos e competitivos empenhadas no seu próprio sucesso, pelo que o (novo) gestor de comunicação vai ter de estar preparado para responder duma forma objetiva à questão:
De que forma a comunicação contribui para os resultados financeiros da empresa ?
Saber monitorar e medir a eficácia da comunicação com base em indicadores de performance, e obter resultados tangíveis sobre os quais possa ser feita a escolha certa, é absolutamente necessário, e contribuirá em paralelo para dimensionar os investimentos futuros na comunicação.
As pessoas nas empresas, continuarão a assumir cada vez mais um papel fundamental nos momentos de decisão, pelo que o (novo) gestor de comunicação terá de adotar modelos e plataformas de interação, que permitam a partilha e o follow-up entre todos e para todos.
O (novo) gestor de Comunicação assumirá o papel preponderante na promoção de um ambiente de trabalho colaborativo e de “ligação” entre as pessoas.
A comunicação estará cada vez mais interligada com o avanço da tecnologia, e passará a estar orientada para sectores de actividade, ou grupos de interesse.
Gerir a comunicação nas empresas, vai cada vez mais requerer competências multidisciplinares que permitam a “humanização” da tecnologia, i.e. que aproxime as pessoas.
A cada momento, o (novo) gestor de comunicação será desafiado a avaliar e a tomar decisões sobre a solução tecnológica a implementar, que melhor responda às necessidades do negócio e às expetativas das pessoas.
Escolher as ferramentas tecnológicas e os canais que permitam uma comunicação integrada, com interligação com as restantes plataformas instaladas, é também uma forma de inovar e de garantir a one voice.
As alterações ao panorama global vão ser constantes e difíceis de antecipar, mas o (novo) gestor de comunicação estará sentado na alta direção da empresa, cada vez mais ao lado do seu CEO.
Por Luis Roberto, Managing Partner da Comunicatorium
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