Acreditamos que a partilha, o conhecimento, o envolvimento e a inovação são valores necessários para uma melhor comunicação. Com esse propósito criámos em Fevereiro a rúbrica “Notáveis”, com o objectivo de partilhar opiniões sobre a Comunicação Organizacional.
O primeiro desafio lançado foi sobre o que consideram ser as principais tendências da comunicação organizacional para 2016.
Profissionais ativamente envolvidos na prática da comunicação, como professores, e gestores, partilharam a sua visão crítica do que são as tendências da comunicação organizacional no sector onde atuam, destacando-se em todos os casos a vertente Humana e a crescente interligação e interdependência dos diferentes públicos.
Foi também unânime que a Comunicação deve ser parte integrante da estratégia das organizações...
Algumas referências:
» “A Comunicação deve ter uma perspectiva integrada”.
» É através da comunicação que se “sustenta a identidade de uma marca”. As organizações devem “criar parcerias de forma a ampliar os resultados da sua comunicação”.
» As organizações devem cada vez mais “ entregar mensagens personalizadas”. O contacto com os diferentes stakeholders “está cada vez mais acessível e disponível”.
» As organizações precisam valorizar a comunicação com os seus “alvos humanos pois são eles que vão fazer a diferença”.
Para nós, Comunicatorium, uma comunicação mais estratégica, mais integrada, mais atenta às pessoas, mais segmentada e consistente trará com certeza melhores resultados para o negócio das organizações contribuindo para a sua Credibilidade, Respeito e Confiança.
Esperemos que sejam tendências!
Direção da Fundação Montepio e Presidente do GRACE
“Nos dois setores em que atuo – economia social e responsabilidade social – a comunicação apresenta duas tendências complementares, a humanização e a transparência. NO que se refere à primeira linha de força diria que, cada vez mais, os nossos stakeholders querem histórias com pessoas dentro, sinais positivos de desenvolvimento e de inclusão, sem drama e com caminhos de sucesso solidário. Quanto ao segundo vetor de mudança, penso que é fundamental que as organizações sem fins lucrativos e as empresas mostrem, com verdade, o que fazem e os resultados das suas ações. Por isso, a comunicação é um forte auxiliar da avaliação, da democracia e, sobretudo, da aproximação entre setores e atores.”
Professor Auxiliar Convidado
Coordenador do GADEP - FCH
Universidade Católica Portuguesa
“Na academia, a comunicação organizacional, nas suas múltiplas práticas, precisa muito de contribuir para o sentimento de pertença dos alunos, o orgulho de serem desta ou daquela instituição. Cada vez mais os alunos, mesmo antes ainda de se licenciarem ou de obterem o seu grau de mestre, são chamados a assumirem-se como embaixadores da sua marca-universidade. A comunicação organizacional, neste sector, tende também a reforçar a sua presença como intervenção mobilizadora da empregabilidade dos alunos, complementar das aulas e de outros serviços formativos: nunca talvez como hoje se constata tanto a necessidade de proporcionar aos alunos informação adequada, credível e útil, para os ajudar no posicionamento pessoal de abordagem às oportunidades profissionais.”
Diretora de Comunicação, Imagem e Stakeholders da Infraestruturas de Portugal
“Nesta fase de reestruturação do modelo de financiamento e de governance que o setor dos transportes atravessa, a comunicação tem a responsabilidade de promover as competências e os talentos das organizações, assumindo um tom envolvente.
O caminho deverá ser feito através de uma comunicação mais empresarial (que institucional), orientada para a construção de uma relação de proximidade e de confiança com os seus stakeholders - internos e externos - criando Marca e Identidade.”
Santa Casa da Misericórdia de Lisboa - Ação Social - Comunicação Interna
“O sucesso das organizações será no futuro cada vez mais dependente do detalhe, uma vez que a oferta global é cada vez mais indiferenciada. Colaboradores motivados, integrados e bem informados vão fazer a diferença micro, diferença esta que pode ser decisiva para alavancar o sucesso do negócio ou do serviço. A comunicação organizacional tem aqui um papel determinante. Hoje e amanhã, vão continuar a ser os ativos humanos a desequilibrar o valor acrescentado das organizações. A comunicação está na base das atividades de cooperação entre os seres humanos, que é a mesma noção que preside às organizações. O ‘Darwinismo’ chegou à comunicação.”
Diretora de Comunicação e Imagem Corporativas das Águas de Portugal
“Na minha opinião, neste mundo cada vez mais complexo e “ruidoso”, a comunicação organizacional tenderá para uma simplificação sofisticada, com recurso a mensagens substantivas dos valores da organização, formatadas aos interesses dos seus diferentes públicos e distribuídas pelos múltiplos canais existentes, quase como se se tratasse de “entregas personalizadas”. Neste sentido, julgo que grande parte do investimento das áreas de comunicação será direcionado para a escuta ativa dos stakeholders da organização e também para a integração e consistência das mensagens nos vários canais. A valorização da comunicação como área estratégica de uma organização apresenta também potencial de melhorias e poderá ter impactos muito positivos nomeadamente ao nível da gestão dos riscos reputacionais.”
Administradora na LOGIC
“No setor da logística, tal como em outros sectores, a grande tendência da comunicação organizacional tem origem na passagem de informação de modo informal, razão pela qual a mensagem tem que ser acessível e disponível - e aí os sistemas online são absolutamente fundamentais. As empresas estão a adaptar-se a estas novas tendências, com presença em todas as rede sociais e com front end formatadas para os diferentes devices. A qualidade da informação disponibilizada e bons planos de comunicação são vitais para o sucesso dos negócios.”
Corporate Communication Manager na Universidade Europeia
“No setor do Ensino Superior, em Portugal, a Comunicação Organizacional enfrenta desafios titânicos para 2016, a começar pela necessidade de máxima transparência e de rigor que o próprio mercado assim o exige.
Prestígio e elevada reputação são duas das premissas básicas para quem trabalha em Comunicação nas Instituições de Ensino Superior. Só assim, é possível ganhar a confiança e a credibilidade perante os estudantes, pais e empregadores.
O desafio destas organizações, no que à comunicação diz respeito, é percecionar esta área como sendo estratégica e dorsal para o cumprimento dos objetivos, trabalhando a comunicação numa perspetiva integrada, quer interna, quer externamente. Para além disso, neste sector, a comunicação será também muito focada em estratégias de retenção e de fidelização dos estudantes, cujo objetivo será aumentar o nível de engagement, o sentimento de orgulho e de pertença às instituições que frequentam.”
Professor e Designer
Universidade de Aveiro
“O reforço e valorização da comunicação organizacional, tanto ao nível externo como interno, é uma tendência que se estenderá pelos próximos anos devido à percepção da importância que ela tem para o reforço da identidade das organizações e marcas associadas. Joan Costa, decano do design de marcas, afirma que uma empresa é tão mais forte quanto melhor conseguir transmitir, coordenada e coerentemente, a sua comunicação, de forma a gerar uma imagem consistente, diferenciada e sólida. É neste sentido que as organizações, conscientes do elevado grau de concorrência a uma escala global, apontam, de forma a serem percepcionadas como um todo, mais fortes, competitivas e inovadoras.”
Responsável de Comunicação da AESE Business School
“A comunicação organizacional em 2016 tende para negócios que criem valor. E só criam valor empresas capazes de gerar e alimentar relações genuínas com os stakeholders da organização. São estes os pilares fortes de sustentabilidade e de compromisso que mantêm a empresa como um organismo vivo e saudável.
É no envolvimento das pessoas que se empenham na concretização da missão da empresa e na definição de acções e implementação estratégica que se pode esperar um crescimento duradouro e com impacto no mercado e na sociedade. Líderes e colaboradores com valores precisam-se, para organizações flexíveis - aptas para dizer sim às oportunidades de acrescentar riqueza financeira e humana.”
Diretora de Comunicação, Imagem e Documentação da Valorsul, S.A.
“Eu designaria o meu setor de atividade como “Ambiente”, com o detalhe de estar mais direcionado para a área dos resíduos. As tendências da comunicação terão dois aspetos a equacionar: conteúdo e forma. Quanto a conteúdos, os desafios e metas que Portugal tem de atingir até 2020 irão obrigar a que estes se centrem na prevenção da produção de resíduos, reutilização e reciclagem, e em formas mais inovadoras e rápidas de alterar hábitos e comportamentos. Os temas associados à economia circular vão precisar de ser traduzidos para linguagem mais corrente e os seus conceitos terão de ser mais tangíveis para que se percebam por um maior número de públicos. Quanto à forma, novos canais ou forma de utilizar os canais de sempre terão de ser equacionados, e as organizações que operam no setor terão de formar alianças e parcerias – desta forma acredito que se consigam ampliar resultados e não promover repetições. Quando o desafio é de todos, mesmo que repartido em níveis diferentes de esforço, o trabalho deve ser coordenado e focado para o resultado partilhado.”
Presidente da Assembleia Geral do GRACE, em representação da IBM
Presidente da Assembleia Geral da Associação CAIS
Presidente do Conselho Consultivo da AIESEC Portugal
“Aquelas que considero como principais tendências da comunicação organizacional não se cingem ao ano de 2016 já que, e em meu entender, vamos geri-las em 2016, mas também nos anos seguintes. A profusão de canais de comunicação e a as plataformas digitas vieram para ficar. Ainda não é claro para todos o que é a comunicação digital, e a forma como os comunicadores se adaptarem a esta nova realidade marcará o novo espaço de comunicação. Com ela vem o desafio de produzir conteúdos para vários canais e a personalização para vários públicos-alvo. Iremos viver numa teia muito mais direccionada e personalizada, e mais difícil de gerir a nível central. Assistiremos a uma tendência de dispersão dos canais e dos conteúdos, mas também dos emissores de comunicação, à medida que cada utilizador é, também ele, um produtor de conteúdos. Afirma-se que os media tradicionais perdem força, mas isso não é necessariamente verdade. A comunicação não deixa de existir, pura e simplesmente existe noutras plataformas. Os media mantêm-se e os utilizadores continuam atentos às mensagens, só que as consomem de maneiras diferentes, em fontes diferentes, plataformas diferentes e junto de emissores diferentes. Ganhará quem se adaptar mais rapidamente a esta nova realidade, a esta nova forma de beber e digerir a informação e a comunicação… consciente de que nunca poderá perder de vista pessoas e conquista de relacionamentos pessoais.”