Ao longo dos tempos a tecnologia e a comunicação têm evoluído e capitalizado nos avanços uma da outra.
Talvez a “internetização” seja disso o exemplo maior.
Hoje ninguém arrisca não incluir a vertente online no seu plano de comunicação e marketing, e grande parte dos budgets já são desviados para publicidade em redes sociais, e campanhas em plataformas digitais.
Também hoje ninguém se imagina a enviar um comunicado de imprensa (se é que ainda faz sentido enviar comunicados de imprensa) por fax, ou ter que esperar pela manhã seguinte para saber uma informação.
É só ligar o pc ou tablets, smartphones ou notepads, outra prova da evolução da tecnologia, para termos ao momento os dados que procuramos, verdadeiros, falsos ou meias-verdades, mas isso já é tema para outro artigo.
E se é inegável que as duas têm vindo a ajudar-se, o que é no mínimo curioso, como é que ainda se detecta por vezes, existir um gap entre o modo como comunicamos e o público-alvo?
Entre a estratégia do negócio e a comunicação ? E como é que em 2022, no futuro do Delorean com versão eléctrica, nos baseamos fundamentalmente no empirismo, e na reprodução de outros modelos de êxito relativo, pouco replicáveis ?
Várias vezes me questionei porque é que em outras áreas de suporte ao negócio, existiam ferramentas de gestão e de ajuda à decisão, enquanto que na comunicação o seu uso, era inexistente.
Foi com base na minha necessidade, que é a dos outros, a meu ver, que decidi investir algum do meu tempo a pensar sobre a importância de possuir um diagnóstico da comunicação, que nos permitisse tomar decisões sobre dados quantitativos.
Certamente que nos questionámos diversas vezes, sobre que campanhas e iniciativas podemos ou devemos desenvolver que possam estar alinhadas com a estratégia da empresa, e as expetativas dos colaboradores.
Já pensámos como o diagnóstico da comunicação, nos pode ajudar ao fornecer de forma integrada dados possíveis de serem analisados sobre o planeamento e estratégia da comunicação, sobre processos, sobre públicos e objetivos estratégicos, redes sociais, media, gestão de pessoas e políticas de RH, práticas de comunicação e canais de comunicação.
Com um diagnóstico da comunicação, é hoje possivel obter com rigor, quais as áreas em que nos devemos focar, permitindo-nos poupar tempo ao deixar para trás aquelas que não aportam valor acrescentado.
O diagnóstico da comunicação deve ser a primeira das várias etapas na construção de uma estratégia de comunicação, tal como um processo de investigação se tratasse.
Ele deverá ser sempre o ponto de partida, e o momento exacto para nos conhecermos melhor, para entender mais sobre a comunicação da empresa, a sua realidade e o seu posicionamento.
É um retrato dos processos e práticas de comunicação, e a sua sistematização.
E mesmo que os resultados (quantitativos) não sejam os mais expectáveis, o que mais importa é saber tirar as conclusões sobre o que podemos fazer de forma diferente, para termos uma estratégia de comunicação mais eficaz.
No futuro do Delorean com versão eléctrica, gerir a comunicação de forma empírica, sem dados que nos permitam traçar os melhores caminhos a percorrer, será sempre um “regresso ao passado”.
Por Luis Roberto, Managing Partner da Comunicatorium e Professor convidado do ISCSP-ULisboa
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